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[RESENHA] Talvez Nunca Mais um País, de Flavio P. Oliveira

Hey cupcakes!
Hoje é dia de mais uma resenha mas dessa vez, do livro do parceiro Flavio, com direito a atestado de parceria e muitas marcações no livro. Essa foi uma leitura muito boa, e como sempre, cheia de encantos e originalidade. A poesia das palavras e a conversação entre elas casou muito bem.

Talvez Nunca Mais um País
SinopseTalvez nunca mais um país, partidos políticos, eleições etc. Dois vírus criaram uma nova idade histórica, o primeiro consumiu as reservas de petróleo, o segundo deixou à beira da extinção a humanidade — gigantescas ratazanas devoram os corpos largados nas ruas. No setor 7, na famosíssima Copacabana, Miguel — ex-ráquer, atualmente colecionador e catalogador de objetos artísticos, um apaixonado por rock ‘n’ roll — envelhece (aceitando a sorte de ser um doador universal) sem ter muito o que fazer, além de caminhar na praia em companhia das porcas da senhora Borrêia e conversar com os pivetes na carcaça. Tudo isso mudará um dia, por culpa da inveja alheia, por culpa de uma nova vontade de ser melhor, algo não permitido pelo autoritário governo.


RESENHA
Vou começar com a resenha dizendo que se você quer uma leitura completamente diferente (LP ouviu muito essa palavra "diferente" num período, então leia esse livro também!), é esse tipo de leitura que você está procurando. Calma, eu não disse "estranho" nem nada de muito absurdo como sair gritando caroço com uma melancia no pescoço (que isso, pâm?) eu disse "diferente": com nomes diferentes, com personagens diferentes, com uma visão diferente sobre tudo que eu leio.
Esse atestado de parceria é amor, esse livro é amor, essa edição é amor, tudo é amorzinho!
Talvez nunca mais um país é um romance distópico que veio para encantar, para confundir e para fazer pensar muito - como seria viver numa cidade, que nem é bem mais uma cidade como conhecemos hoje - após contato com vírus e muitas mortes e destruição e bem... Sobrou muito pouco do que conhecemos hoje. Como é viver em um lugar desse jeito?
Um Rio de Janeiro na "Idade da Reconstrução", uma doença com um nome peculiar (Hoosbardo, esse autor é a pessoa mais criativa que eu conheço, gente) que faz a pessoa parecer uma uva passa ou uma ameixa seca, o que significa que não é nada legal. A doença, uma doença, a pessoa, um doador a cada dez mil, pouquíssimas pessoas realmente saudáveis. Isso, por vezes, faz parte da nossa realidade, mas de um jeito diferente, que às vezes, acabamos fingindo que não existe. Que é só ficção.
O caótico acaso atrapalha a correta navegação do barco chamado vida.
p. 37
Algo que achei muito interessante foi a convivência dos personagens na cidade e nas cidades. Nunca li (pelo menos até agora) em distopias, cidades destruídas em que os personagens ficassem vivendo com os destroços, aprendendo a se reconstruir nestes mesmo lugares, com robôs de memória curta no lugar do nosso Correio (seria eficiente no lugar da entrega que temos hoje? Fiquei pensando....), dentre muitos outros pontos.
Achei muito interessante e como o autor é formado em Ciência da Computação e eu faço Sistemas, também me senti mais próxima do tema pensando "será que algum dia seremos assim?", cheios de robôs por todos os lados, robôs que lêem nossas retinas para entregar mensagens, robôs que nos vigiam e temos noção o tempo todo disso... 
Ela faz cara feia, não de fome ou de raiva, mas sim decepção - a pior face para uma mulher carregar.
p. 99
Senti algumas referências, e acabei pensando em Jogos Vorazes em certos momentos. Amei e odiei Mariana (que forma foi essa de conhecer Miguel, minha gente?), desgostei de Vera e me apeguei a alguns personagens de nomes peculiares, num primeiro momento, e corações enormes. Ah, os vários questionamentos.... Também fiquei pensando na forma que sonhamos, como mergulhamos no hoje e o que isso reflete e liga com o amanhã. Flavinho do céu, o que aconteceu por aqui? Cortes de cena são constantes e seria um pecado se não fosse ligado, um fim liga num começo anterior, antes desconhecido pelo leitor, e vem como uma luz no fim do túnel. 
Seria loucura acreditar na felicidade?
p. 37 

A narrativa nos dá uma visão ampla de como está tudo e de como foi um dia, vai e volta no tempo sem ser linear. Mostra traços da infância de Miguel, assim como pouco antes de Mariana, com Mariana... Enfim! A narrativa não é o que posso chamar de seguidinha, mas ouso dizer, que se não fosse, talvez não tivesse me conectado com o personagem e também não tivesse o entendimento do contexto. O governo, a forma de controle imposta na sociedade Acredito que isso auxiliou na forma como eu recriei ele na minha cabeça e como ele vive no setor 7, os seus avós, os meus avós - como não pensar neles? Não sei explicar.... Mas foi algo que pra mim só agregou. 
[...] A vida é uma soma, e sequer outro sinal matemático se aplica.
p. 230
A edição está impecável, sem erros de ortografia ou digitação (gente, sabe como é difícil isso? SABEM? Bem... É muito difícil.) Páginas amarelas, uma capa que combina muito com todo esse clima distópico... Ah! Já é fácil descobrir que gostei bastante da obra, não?  Recomendado para quem gosta de uma boa distopia, de uma narrativa adulta diferente com uma pincelada poética e única. :)

P.S.: Posso marcar de quotes o livro todo? HAHA

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20 Comentários

  1. Dezzzz! Adorei a resenha, adorei vc ter gostado tanto... :D

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  2. Olá ! Não conhecia o livro e confesso que ele não faz muito meu estilo mas adorei a resenha <3
    Beijos
    http://resenhaatual.blogspot.com.br/

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  3. Oi Pâm, tudo bem?
    Não conhecia o livro, nem o autor, mas como adoro distopias adorei ler a sua opinião.
    A literatura nacional é cheia de talentos em todos os gêneros né? =D
    Achei super fofo o atestado de parceria também. :3
    Beijos,

    Priscilla
    http://infinitasvidas.wordpress.com

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  4. Oi Pâm!
    Muito boa sua resenha!
    Apesar do livro não ser realmente o meu estilo, fiquei muito curiosa por tudo o que você comentou sobre ele!
    Aliás, ainda não conhecia o autor nem o livro, fico na espera para resolver se leio logo esse livro ou não, hehe.


    Um beijão,
    winterbird.com.br

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  5. Pâm... suas resenhas! Mesmo não sendo muito meu estilo, me desperta um interesse! Pelo que você disse é bem diferente mesmo, certo?! rsrs O que fazer?! rsrsrs
    Adorei saber que não tem erros, realmente é muito difícil, sempre acaba escapando alguma coisa! E às vezes até desanima!
    E esse atestado de parceria? Pura elegância!

    Pâm!! Vc e o LP se conhecem pessoalmente?! (dúvidas que acontecem depois de meses comentando e lendo os posts de vocês! ) Isso é só xeretice mesmo! rsrsrs

    Vc gostou das caixinhas do projeto Old Mail?!?! Vc devia participar Pâm!! As coisinhas que eu enviei para a Camila, achei em uma papelaria chamada Casa da Arte aqui perto do meu trabalho! Tem coisas lindas Pâm! Vc é de SP (mais um pouquinho de xeretice!) Senão, eles tem a loja virtual tb!! É muita fofura!!

    Bjinhos!!
    JuJu

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  6. Esse livro não faz muito o meu estilo, mas eu achei a proposta interessante e amei sua resenha!
    Mil Beijos!
    http://pensamentosdeumageminiana.blogspot.com.br

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  7. Achei muito boa a resenha, não conhecia esse livro ainda, parece interessante :)

    http://gotasdecaffe.blogspot.com.br
    https://www.facebook.com/GotasdeCafeblog
    xxx

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  8. Oi, Panzinhaaaaaaa

    Meninaaaaaaa, que livro viajante!!!! E eu amei!. Eu até comentei uma vez em um dos post do LP, desses filmes transcendentais que ele assiste, como Lucy e Interestelar, que eu fico pensando nas coisas do nosso futuro, sabe? Eu acho que a gente vai viver em meio aos robôs, sim! Não digo a gente no sentido eu e você, digo a gente ser humano, sabe? Eu tenho o maior medo de algum dia alguma inteligência artificial super foda se revoltar e resolver dominar a porra toda! hahahahaha Sorry a linguagem, me empolguei!!!!

    E como assim NÃO TEM ERROS? Sim, eu sei o quanto é difícil!! Bato palmes de pé!!! (imagine barulho de palmas agora. Obrigada!)

    Ahhh Pâm, obrigada pelas dicas!!! E eu sou meio maluca, sabe? Falei que não curtia muito chick-lit quando uma das séries que eu mais amo é chick-lit! Dããããã.
    Mas é que eu descobri a Carina Rissi esse ano e só li ela mesmo. Aí fugiu da minha mente! Releve!
    Sobre a Paula Pimenta, tenho problemas com ela. Sei lá, não vou com a cara! hahahahahaha
    É problema pessoal mesmo - nem conheço a mulher - mas meu santo não bateu com o dela. Acontece isso com você? hahahahah
    Vou tentar ler o "Lembra de Mim", tá na hora de expandir meu horizontes! hahaha

    Ahhhhhhhh, respondi a TAG!!! <3

    Beijo
    - Tamires
    Blog Meu Epílogo | Instagram | Facebook

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  9. Oi Paaaaaaam,
    Gente, adorei a proposta desse livro e essa destruição toda é no Rio.
    Super fiquei curiosa...mas putz que dó de ficar parecendo com uva passa, eu tomaria como ofensa -q hahahaha
    Distopias meio que me assustam, acho a maioria bem realista e fico refletindo e se...? Fico com medo, porque como em The Walking Dead eu não duraria um dia HAHAHAHAHAHA

    P.S.: Que TUUUUUUUUDO que você terminou Fangirl ♥
    Fiquei MUITO feliz que você curtiu e gostou da Cath... o Levi é um fofo né? E a Wren, meia parte é bem ingrata, mas depois a gente fica de boa com ela hahaha
    Tomara que você curta Ligações e goste do Neal ♥

    Eu só tinha visto aquele sinal da HBO aberto no sábado e eles deixam poucos dias..Whiplash eu já vi e adorei..acho doidão...medo daquele cara haha

    Abração pra vc e o LP. E tenham uma ótima quarta =D
    Nana - Obsession Valley

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    1. Aaaaaaah e mais uma vez obrigada por indicar naquela tag fofa das princesas...quando responder, te aviso *.*
      E o livro que a Ticia leu da Rachel Gibson, foi Simplesmente Irresístivel...ela gostou sim.

      Eu li Maluca Por Você, mas esperava bem mais.

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  10. Oie,
    não conhecia o livro, mas confesso que ele não me agradou muito. Quem sabe leia em outra oportunidade.

    bjos
    http://blog.vanessasueroz.com.br

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  11. Olá,
    Eu confesso não ter me interessado pelo livro por estar saturada de distopias, são poucas as que ainda me interessam e despertam curiosidade. Mas gostei da resenha.
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

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  12. Oi Pâm,
    Incomum é uma ótima palavra para descrever a escrita do Flavio, não é?
    E o legal é que a gente acaba se apaixonando pela história e quando termina quer mais.
    Sabe que eu pensei em Jogos vorazes também e só lá pro final me dei conta que estava torcendo pela sobrevivência (SPOILER - pelo pessoal da "capital". Afinal a história se passa no setor mais favorecido - SPOILER).
    Ainda não postei minha resenha, mas já escrevi. Por isso vim ler a sua e adorei! Acho que até vou acrescentar uns detalhes na minha... rsrsr....
    Tem mais um post de Halloween lá no blog!!
    Você se aventura na cozinha?? Dá uma conferida no post!

    Beijussss;
    http://hipercriativa.blogspot.com.br/
    https://www.facebook.com/BlogMenteHipercriativa

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  13. Oiee
    Que diferentee, não conhecia. Gostei muito, realmente, não é comum quando o tema perpassa por essa analise diferente, por isso fiquei com tanta vontade de ler.
    Beijinhos Screepeer
    Screepeer

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  14. Ótima resenha! Por ele ser "diferente" me deixou curiosa e cheia de vontade de ler.
    Um grande beijo!!!

    www.r-nuvens.blogspot.com

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  15. Também achei que a narrativa não sendo totalmente 'seguidinha' como você citou, foi algo a mais que me fez gostar da narrativa e do personagem principal. Gostei muito dessa leitura 'diferente' e singular, alguns fatos e personagens não saíram da minha cabeça após a leitura ><

    Beijos
    Meu Outro Lado

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  16. Pâââm!!!!

    Você disse distopias, pincelada poética e narrativa adulta? (ok, acho que não foi nessa ordem, mas está valendo). Eu preciso muito ler esse livro, além de amar distopias, eu estou precisando de personagens maduros. Escrevi isso hoje no blog da Raquel Machado... parece que tudo o que eu leio ultimamente são personagens adolescentes, cansei disso.
    E pelo que entendi é nacional mesmo? De verdade? Que incrível, já coloquei na minha lista!!!

    Acredito que essa semana eu poste a TAG hein? Não esqueci, apenas estava finalizando uns dois itens.

    E sobre o e-reader: siiiim, eu comprei com luz para poder ler se acabar a energia. Descobri que uso a luz quase no mínimo, mas mesmo assim, foi um ÓTIMO investimento. Agradeço você de coração mesmo, rs.

    Beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com.br/

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  17. Olha, se você soubesse o tanto de nome estranho que existe pra doenças.. A criatividade vai cada vez mais longe mesmo haha adorei a resenha! Pela capa, título, nunca imaginaria que se tratava de um vírus, fiquei bem curiosa mesmo, adoro esse tipo de tema

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br/
    Tem resenha nova na Caverna de "A Febre", vem conferir!

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  18. Que resenha linda minha amiga!

    Confesso que nunca tinha ouvido falar nem do autor, nem da obra, fiquei extremamente curioso! Poesia e distopia num único lugar, que mescla interessante. Esplêndido. Vou ler sem dúvidas, já até marquei no skoob, muito amor. <3

    Obrigado por impressões tão sinceras e empolgadas, são resenhas desse tipo de leitura, que nos arrebata, que lembramos o porquê de termos um blog, né? Se não for para ser inspirado sempre para quê serve? hehehe Amei a resenha, muita luz, beijão!

    Ewerton Lenildo - Viajante das Letras.
    viajantedasletras.blogspot.com

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