Sinopse: Kyla não deveria se lembrar de nada quando foi reiniciada. Mas segredos do seu passado atormentam sua mente. Presa em uma luta contra a opressão dos lordeiros, e ansiando por liberdade, Kyla vê seu passado e presente colidir de uma forma que ameaça sua vida. Enquanto sua busca desesperada por Ben continua, em quem ela poderá confiar em um mundo repleto de segredos e mentiras?
RESENHA
Fragmentada é nada mais e nada menos que a continuação de Reiniciados, o primeiro livro da série Slated da autora Teri Terry e que, inclusive, teve resenha aqui no blog ♡. Lembre-se que no segundo e terceiro parágrafo podem conter alguns spoilers da história, então recomendo a partir do quarto, se você não leu nenhum dos livros.
As memórias ainda estão lá, você só não consegue alcançá-las.
Kyla foi reiniciada mas não deveria ter os flashes de memória que vem tendo. Ela não deveria se sentir tão estranha nessa vida que tem agora e nem ficar duvidando da sua realidade, certo? Mas como evitar se tudo parece tão errado pra ela, se mesmo ser destra parece algo que não faz parte de si? Dentre essas dúvidas e outros acontecimentos como o desaparecimento de Ben e o surgimento de um misterioso professor de Biologia que parece conhecê-la mesmo que ela nem se lembre dele, fazem-na deixar confusa, principalmente quando se lembra do site de crianças desaparecidas com uma garota chamada Lucy que é exatamente igual a ela... Não pode ser.
Todos esses planos meio formados em minha mente, de coisas que eu poderia fazer um dia...?
Um dia é agora.
Como pode se existe uma outra lembrança como uma outra garota, ainda. Uma garota chamada Chuva. Mas como ela poderia ter tantas versões de si e não saber qual delas ela realmente é? Isto é, podem ser ela mesmo? Podemos nos fragmentar em tantas partes e continuar sendo nós mesmos? Ufa! Ah, claro.. Ela precisa controlar suas emoções - que o próprio leitor fica sem fôlego - pois se algo sair dos conformes, seu Nivo - que é o "medidor" de felicidade que está preso ao seu pulso - vai acusar e ter consequências que ela prefere evitar, já que está descobrindo coisas que ela nem poderia imaginar. Kyla, Lucy e Chuva tem cada uma sua personalidade, diferentes mas que se completam e complementam, respondem algumas questões e deixam outras muito abertas também, deixando o gancho para o último livro da trilogia. Será que existe alguém em quem Kyla possa realmente confiar seus segredos e dúvidas? E até quando ele permanecerá secreto?
Por muito tempo fui empurrada para um lado, depois para o outro, entre quem eu era e quem eu sou. Mas quem eu quero ser? Quem eu sou agora e o que eu faço, agora, será decidido por mim, e apenas por mim.
Teri Terry é genial e eu sinto isso em cada página que eu li nesse livro. Cada virada se torna mais instigante, ela enrola muito pouco e tensiona muito em cada cena, cada baque de palavras em cada sequência de acontecimentos que ocorre. É brutal. É sensacional! O romance não é foco, fica leve, fica denso, você sabe que está ali mas não é o foco. Tem assuntos políticos, é distópico, é ação, aventura, é sociedade ou o que poderia ser dela... Enfim! É tão rico de detalhes que se completam que você só fica querendo mais e mais, mesmo o livro tendo pouco mais de 400 páginas. Elas voam e quando você vê, já está louco por Despedaçada, que é o fechamento da série. Acho que não consigo explicar, mas sentir. Que tal se entregar por essa história também?
Memórias podem ser fragmentadas, encobertas por medo e negação, e trancadas atrás de uma parede.
Um trabalho todo especial foi tomado com toda essa série pela Faro Editorial: o tamanho da fonte não é cansativo assim como a própria fonte; as páginas amarelas e a clareza das diagramações ficaram simplesmente lindas. É incrível, tem uma capa sensacional com detalhes da fragmentação, um verdadeiro suspiro. Um livro maravilhoso, que vai te fragmentar e te recompor em cada ação, em cada cena e não vai te fazer largar até chegar ao fim!
É teoricamente possível induzir a fragmentação de uma personalidade, então uma personalidade guarda as memórias que a outra descartou. Mas apenas com métodos muito extremos: traumas deliberados ou abuso de natureza tão severa que a fragmentação é a única maneira de sobrevivência.
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