[RESENHA] Proibido, de Tabitha Suzuma

Como uma coisa tão errada pode parecer tão certa? 

Hey cupcakes! Hoje é dia de resenha de "Proibido" da autora Tabitha Suzuma publicado pela Editora Valentina no Brasil. Um livro polêmico e forte que vou te contar se vale ou não a leitura.

Continue lendo para conferir a resenha completa sem spoilers!
RESENHA

Se liga num livro forte e extremamente sensível - tem um tema delicado em uma construção inevitável.

Não há leis e nem limites para os sentimentos.

Maya é uma garota muito doce, responsável e inteligente e sensível de apenas 16 anos que convive com os irmãos, encontrando o porto seguro no primogênito Lochan, o irmão mais velho de 17 anos que precisa cuidar das crianças e tem uma verdadeira relação de pai e filho com elas. Ambos são negligenciados pelos pais e abandonados na cara dura dentro da própria casa pela mãe e, dessa forma, como mais velhos, eles precisam, juntos, prover a família e ainda lidar com um irmão adolescente que tem vários problemas na escola.

Você sempre foi meu melhor amigo, minha alma gêmea, e agora eu estou apaixonada por você também. Por que isso é um crime?

Em meio a provas, turbulências com os mais novos, discussões e muitas lutas diárias, Maya e Lochan encontram o seu porto seguro um no outro e, à medida que se aproximam, encontram o seu algo mais um no outro... O problema é eles serem irmãos de sangue e, principalmente, na sociedade atual tão preconceituosa e cruel, terem qualquer tipo de relacionamento além do fraternal... Bem, seria proibido, né? Mas Maya e Lochan podem encontrar uma brecha no sistema social para poderem resolver seus problemas familiares e românticos?

Você pode fechar os olhos para as coisas que não quer ver, mas não pode fechar o coração para as coisas que não quer sentir.

Proibido tem uma pegada de drama e melodrama, mas é construído de uma forma crua, plausível e real - o ponto de vista é alternado em primeira pessoa entre Maya e Lochan, o que faz com que tenhamos uma visão diferente sobre cada um. Você se apega a cada página. A escrita de Tabitha é crua, nua, forte, sincera e impacta. É um livro forte, chega a ser polêmico e é surpreendente - ele mexe com o certo e o errado de cada um: não sei se vocês já leram, mas achei que é um tema ainda pouco discutido e que temos uma visão já pré-formada sobre o assunto. Mas o que é errado? É tão errado assim?

Tudo que eu já quis, aqui e agora, foi capturado nesse único momento. O riso, a alegria, a imensidão do amor entre nós. Esse é o momento em que nasce a felicidade. Tudo começa agora.

Além disso, Lochan tem uma tendência antissocial típica adolescente mas um pouco mais enraizada, um provável fruto de tudo que o garoto já vivenciou e passou - ele desenvolveu um pavor de falar em público e desenvolver assuntos fora do comum - e quem mais ajuda ele nesse processo é Maya.

Família é um tema tratado com importância: é claro como água como a família ou a falta delas influenciam diretamente sobre a personalidade de cada um, pois para cada pessoa é diferente - isso não estamos falando apenas de Kit, o irmão problemático, mas como da aproximação certeira entre Maya e Lochan além do apego dos mais novos nos mais velhos pela falta das figuras materna e paterna.

É horrível sentir vergonha de alguém que você ama; é uma coisa que te rói por dentro. E, se você deixar que te afete, se desistir da luta e se entregar, a vergonha acaba por se transformar em ódio.

Proibido é um livro que, inicialmente no final também, me incomodou e ainda fez com que eu questionasse os meus próprios conceitos - não concordo e nem discordo, as consequências e escolhas tomadas levaram a todos os acontecimentos. No mais, a história desenrola de uma forma doce e sofria , de modo que possa entender e ter empatia por cada um. Às vezes uma história indigesta porque as personagens tem que passar por poucas e boas, mas ainda assim, uma história que fornece diversos pontos de vista e vai te surpreender. Porque Proibido é assim, mas tudo que eu falar aqui, não vai te preparar para o que você está por ler.

Suas palavras são como martelos batendo no meu crânio. Acabo por me render à correnteza e sinto que começo a me afogar.

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Classificação: ⭐⭐⭐⭐